Café com Anime - Mahoutsukai no Yome Episódio 2


Finalmente estamos dando início a mais um Café com Anime! Desta vez sobre o segundo episódio de Mahoutsukai no Yome. Como eu já havia anunciado, eu, Gato de Ulthar, juntamente com outros amigos blogueiros, vamos realizar análises semanais de animes da temporada, a medida que os episódios forem saindo, tudo em forma de conversa entre os participantes. Se você tem interesse em entender melhor o projeto, recomendo que leia a postagem introdutória da inciativa: Café com Anime - Uma nova iniciativa do Dissidência Pop para esta temporada de Outono de 2017

Como ficou combinado, o Dissidência Pop ficou responsável por publicar nossas conversas sobre o anime Mahoutsukai no Yome, enquanto o É Só Um Desenho ficou responsável por Kino no Tabi: The Beautiful World. Já o Finisgeekis publicará nossa conversa sobre Girl’s Last Tour. E no Anime21, temos as discussões sobre Children of The Whale e Animegataris.


Também é possível acompanhar o Café com Anime e as conversas publicadas por aqui: Análises Semanais - Café com Anime, onde há um menu para acessar todos os episódios analisados, a medida quem forem lançados.

Em relação ao primeiro Café com Anime, este possui um diferencial. Estou ao aplicando um novo layout ao post, para ficar mais parecido com uma conversa, não deixem de dar suas opiniões, o feedback dos leitores é muito importante.

Então, fiquem com a nosso conversa do 2º episódio de Mahoutsukai no Yome:

EPISÓDIO 2




Gato de Ulthar-

Pessoal, o que vocês estão achando de uma das melhores estreias da temporada? Que segundo episódio bonito. Uma boa construção do enredo, apresentando um pouco do cotidiano da Chise em sua nova vida, com direito a apresentação de novos personagens e algum aprofundamento do passado e poderes da protagonista.
Além disso, uma trilha sonora belíssima e humor nos momentos certos, sem se tornar algo pastelão. E a ambientação? Tanto Londres como o interior da Inglaterra saltam aos olhos em sua explosão de detalhes. Os pequenos elementos mágicos do cotidiano nos fazem lembrar dos clássicos de fantasia. Enfim, gostei do episódio, que teve direito a um rapto por dragão. Estou ansioso pelo próximo episódio.

Vinicius Marino-

Faz tempo que li o mangá. Tinha esquecido do quão cativantes eram as personagens, e quão completa a construção do cenário. A cena da Chise descobrindo seus poderes no ateliê da Angélica foi um primor

Diego-

O visual do anime de fato segue muito bonito, mas acho que o que mais gostei nesse episódio foi a comédia, que segue sendo muito bem utilizada. Em adição, eu gosto como a mecânica lá (um dia eu decoro o nome!) reconhece o quão estranha é a situação da Chise, tendo sido comprada para ser uma aprendiz e uma noiva. Ao mesmo tempo que gera um momento de comédia divertido, também bate na tecla de que o Elias não tem muito senso comum rs

Fábio "Mexicano"

Vou começar reclamando pra estragar a brincadeira: o "detalhe" da escravidão foi ignorado e virou piada mesmo, né? E já que comecei pelo lado negativo, vou logo esgotar o assunto: Acho que houve um pouco de exposição demais; talvez não bem exposição, mas em mais de uma ocasião os personagens falam mais do que precisam, mais do que seria natural. O maior exemplo é quando a Angelica se apresentou para a Chise, "sou uma maga, somos uma espécie em extinção". Pô, o Elias já havia dito exatamente isso no primeiro episódio. Cada novo mago que a Chise conhecer irá dizer que os magos estão em extinção? Acho que exceto na cena principal do episódio, a Chise na oficina da Angelica, o anime tem uma fotografia muito básica - algumas piadas ou revelações teriam muito mais impacto com um storyboard melhor. E o final foi abrupto demais: Vamos ver os dragões cuidado com o dragão iih rapaz o dragão levou ela. Fiquei com a impressão que o anime condensou coisa demais em um só episódio, embora vá ter 24 episódios.
De positivo, e acho que o episódio foi sim muito bom, tem tudo isso que vocês já falaram sobre a beleza estética do anime e a comédia bem colocada (apesar do tema escravidão e apesar de algumas piadas terem sido subaproveitadas pela fotografia apenas mediana), tem o backstory da Chise que começamos a conhecer, claro. Mas para mim o absoluto ponto positivo do episódio foi observar a Chise crescendo, o que, no momento, significa ela entender melhor o Elias, que se tornou o mundo para ela.

Vinicius Marino-

Quanta raiva no coração... Comparado com outras coisas da temporada, Mahou Tsukai parece bem ok do ponto de vista técnico. Shokugeki no Souma, por exemplo, está sendo basicamente uma grande tomada em panning (https://en.wikipedia.org/wiki/Panning_(camera)) por 25 minutos a fio.
Já a cena do dragão tem, na minha opinião, uma razão mais simples. Parece-me um problema da adaptação do mangá ao formato episódico do anime
Essa cena específica foi literalmente "cortada em duas", se bem me recordo. Mesmo esses dois primeiros episódios, apesar de terem começo, meio e fim, parecem estar indo numa andamento próprio. Não parece algo feito para o padrão formulaico episódico da TV - daí que seus cliffhangers pareçam forçados. Mas devo dizer que, ao contrário do Fábio, isso não me incomodou de forma alguma.

Fábio "Mexicano"-

Mahou Tsukai no Yome é um dos meus preferidos da temporada, de forma alguma estou criticando-o por achá-lo ruim, e se parece que estou achando pior do que realmente estou, acho que há três coisas que explicam isso: 1) Com grandes expectativas vêm grandes reclamações - como a expectativa era muito grande, tendo a ser mais crítico que o normal; 2) Todo mundo só elogiou, então senti que eu deveria citar que nem tudo foi positivo; 3) Eu me esqueci o que era. Considere duas coisas. Se eu me lembrar da terceira um dia, eu digo. Bom, de modo algum estou odiando, é o que importa :smiley:

Gato de Ulthar-

Bom. Vamos por partes, já que muita coisa foi dita até agora. O nosso amigo Fábio levantou novamente a seguinte questão de que "o 'detalhe' da escravidão foi ignorado e virou piada mesmo, né?". Eu não vejo um grande problema sobre isso. É óbvio que o Elias comprou ela, isso é um fato, mas ele não queria uma escrava. É como se um senhor de escravos comprasse um escravo com o intuito de ajudá-lo libertando-o, isso já foi visto na ficção, acho que até em alguma telenovela da Globo! Ela pode ter sido comprada como uma escrava, mas não é uma escrava.
Quanto a cena do dragão. Sim, foi muito abrupta. Um segundo Chise estava lá e no outro foi levada por um dragão! É o único ponto que eu posso discordar efetivamente da qualidade do anime. Mas mesmo assim, acho que esse aspecto "abrupto" deve ter uma boa explicação ante a estrutura da história. Acho que deu pra perceber que Chise vai ser mesmo uma aprendiz, não somente estudando em livros, mas sim trabalhando na prática, acompanhando o Elias em suas missões. Foi interessante saber que ele tem responsabilidades e encargos conferidos pela Igreja, e não é apenas um mago "bon vivant".
E quanto a repetição da frase "sou uma maga, somos uma espécie em extinção". Eu especialmente adorei isso, só eu vi alguma espécie de significado arcano por trás disso? Acho que denotou a especialidade da situação.
Achei muito curiosa a distinção entre magia e feitiçaria. Na prática podemos pensar que tanto magia como feitiçaria significassem a mesma coisa, mas nos detalhes são duas artes muito diferentes! Mahoustukai mostra uma grande riqueza técnica em construir um mundo vasto com um sistema de magia/feitiçaria próprios, e não apenas mostrando poderes mágicos genéricos. Lembra grandes sagas da literatura que envolvem mágica, como o Círculo Terramar de Ursula K. Le Guin e o Mundo de Crestomanci, de Diana Wynne Jones.

Vinicius Marino-

A idéia de que há um grupo de praticantes que depende de fadas para ter seus poderes é muito interessante. Lembra os "warlocks" de jogos como Dungeons & Dragons. É uma proposta complicada, considerando que fadas são sapientes e possuem sua própria agenda. Quem está usando quem? O que acontece com um bruxo se as fadas o abandonam? É possível coagir fadas a ceder seus poderes?

Fábio "Mexicano"-

Entendo que existem tantas "fadas" (e que o conceito de "fada" é tão amplo) que ser mago implica em ter algum tipo de afinidade com fadas, necessariamente. Partindo-se desse princípio, as demais questões deixam de existir. E com o mundo moderno e contemporâneo cada vez mais afastados da natureza, que é o lugar por excelência das fadas, faz sentido que os magos tenham se tornado "espécie em extinção".
E quanto aos feiticeiros, já que citaram D&D, eles é que são os "magos" nesse sistema de RPG.

Vinicius Marino-

Falcoeiros tem afinidade com falcões e mesmo assim se machucam. Cavaleiros tem afinidade com seus cavalos e ainda são derrubados de quando em quando. Não acho que as questões desapareçam, ainda mais considerando que fadas são sencientes. Nos RPGs, por exemplo, warlocks, clérigos e druidas costumam ter restrições de alinhamento, do contrário perdem seus poderes. Será que isso existe no universo do anime? Um mago que tira poder de uma fada boa ficando na mão porque faz uma má ação?

Fábio "Mexicano"-

Ah sim, a questão pode surgir em determinadas circunstâncias. É que achei sua pergunta inicial bastante ampla, como se todos os magos tivessem que pisar em ovos o tempo todo (bom, eles aparentemente têm, mas é para a magia em si não sair pela culatra, até aqui não sabemos se as fadas tem culpa no cartório por isso)

Diego-

Como alguém que não entende absolutamente nada de RPG eu só observo a conversa de vocês :smile: kkkkk Mas vou dizer que o anime parece ter uma definição bem ampla do que seria uma "fada", indo desde aquelas mais humanoides que vimos até essas criaturinhas mais "animalescas", e imagino que esse segundo tipo seja bem mais fácil de controlar e de lidar. Salvo se eu tiver entendido errado e eles não estão inclusos na categoria de "fadas".

Vinicius Marino-

Parece ser um termo genérico para todos os entes sobrenaturais. Equivalente à sua usagem na mitologia gaélica. Por exemplo: o familiar da Angélica é um vodyanoi, espécie de monstro aquático da mitologia eslava.

Gato de Ulthar-

Familiar é um termo muito amplo mesmo. Muitas fontes afirmam que familiares também podem ser espíritos com formas de animais, como por exemplo, gatos pretos, que são muito utilizados para representar uma bruxa no imaginário popular. Também são comuns criaturas mitológicas que cuidam e limpam a casa, assim como ocorre com a Silky.
Outro ponto interessante da magia apresentada no anime diz respeito ao mais variado uso que ela pode ter, por exemplo, a magia dos cristais da Angelica. Aquilo que o Vinicius falou sobre o ato de mesmo uma pessoa com afinidade pode se ferir, parece que se aplica com o casa da Angelica e seu braço ferido (cristalizado?).


Fábio "Mexicano"

Cena fofinha do episódio: realmente todas as fadas se sentem atraídas pela Chise

Diego-Ontem às 08:20

Pensando no que o Gato falou, na questão do braço da Angelica, será que o mesmo talvez se aplique ao Elias? E o motivo dele ter uma cabeça de cabra seja porque alguma magia saiu muito errada? (especulações de alguém que não leu o mangá, não sei se lá já explicaram isso rs)

Gato de Ulthar-

A cabeça do Elias é um ponto muito curioso. Pode ser o uso de uma magia que não deu certo, ou talvez uma maldição mesmo. Só eu gostei da aparência "humana" do Elias?
E sim, a Silphy foi muito fofa ao abraçar a Chise, protegendo-a do padra esquisitão. Foi bom saber que ela era uma fada também, no começo eu pensei que era alguma empregada doméstica muda ou com algum trauma....

Gato de Ulthar-

E só uma última pergunta que acho que é sempre bom fazer. Meus caros companheiros, vocês estão gostando do caminho que o anime está tomando? Na minha opinião ele continua promissor, ainda é cedo para ter uma opinião fortemente fundada da obra, mas a riqueza o mundo mágico apresentado, dos personagens e da arte do anime são cativantes.

Vinicius Marino-

Sou suspeito para dizer, pois já li o mangá. Mas, ao assistir o anime, senti a todo momento aquele gostinho de quero mais. Cada detalhe do anime, por menor que seja (como a salamandra da Angélica) me faz querer viver nesse mundo

Diego

Eu acho meio cedo para se quer dizer com certeza que caminho o anime está tomando em primeiro lugar :stuck_out_tongue: Mas vou dizer que gostei do que vi até aqui, e definitivamente aguardo ansiosamente por mais rs

Fábio "Mexicano"

Se eu fosse chutar, diria que MahouYome é sobre a Chise conhecendo um novo mundo, para o qual ela estava destinada e que a libertará. Sei lá, uma cruza entre A Bela e a Fera e Harry Potter.


Gato de Ulthar-

Bom, é isso, as expectativas continuam altas para conhecer o mundo e personagens de Mahoutsuaki. Então ficamos por aqui, até o terceiro episódio.


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