Café com Anime - Mahoutsukai no Yome Episódio 11


Bem vindos a mais um Café com Anime, desta vez sobre o 11º episódio de Mahoutsukai no Yome, com eu, Gato de Ulthar, juntamente com o Diego do É Só Um Desenho, o Vinicius do Finisgeekis e Fábio "Mexicano" do  Anime21. A aventura solo da Chise continua à toda, com ela fazendo sua própria varinha. Bem como conhecemos um pouco mais do Elias.

Eu já apresentei o projeto Café com Anime anteriormente, mas para os desavisados, eu, Gato de Ulthar, juntamente com outros amigos blogueiros, estamos realizando análises semanais de animes da temporada, a medida que os episódios forem saindo, tudo em forma de conversa entre os participantes. Se você tem interesse em entender melhor o projeto, recomendo que leia a postagem introdutória da inciativa: 

Café com Anime - Uma nova iniciativa do Dissidência Pop para esta temporada de Outono de 2017

O Dissidência Pop ficou responsável por publicar nossas conversas sobre o anime Mahoutsukai no Yome, enquanto o É Só Um Desenho ficou responsável por Kino no Tabi: The Beautiful World. Já o Finisgeekis publicará nossa conversa sobre Girl’s Last Tour. E no Anime21, temos as discussões sobre Children of The Whale e Animegataris.


Também é possível acompanhar o Café com Anime e as conversas publicadas por aqui: Análises Semanais - Café com Anime, onde há um menu para acessar todos os episódios analisados, a medida quem forem lançados.

Gato de Ulthar-

Mais um episódio que aprofunda o passado de Elias e a condição de Chise, e por sinal, um episódio belíssimo com uma bela trilha sonora, com direito a número musical do Lindel. Finalmente uma canção que fez sentido, não aquele desaforo de Kujira... Mas voltando ao assunto, o que vocês acharam desse episódio? Acho que foi importante para a construção e familiarização dos personagens, tando o Elias, mostrando um lado sombrio e outro gentil do seu passado, como a Chise, que creio que aos poucos ela está entendendo melhor os seus sentimento.
Gostei também da festinha com os elfos!


Fábio "Mexicano"-

Melhor screenshot fora de contexto:

Fábio "Mexicano"-

Acho que esse episódio foi só mais do mesmo, continuação do anterior. Não digo desnecessário, o tempo é importante também, afinal de contas. Descobrir a história do Elias dessa forma, dividida em dois episódios, provavelmente foi para a melhor. Se o anime tivesse um cour só, contudo, aposto que esse episódio não existiria.


Vinicius Marino-

O episódio foi competente em humanizar nossas personagens principais. A cena da criança do passado de Lindel e a conversa com Elias na fogueira foram pontos fortes. Ser um monstro aos olhos dos humanos já é um maldição. Ser e não sabê-lo é um destino mais cruel ainda.
Em um comentário mais técnico, esse foi um dos episódios mais bonitos até aqui. Em termos de fotografia e valores de produção, cada frame parecia um esmero. Séries geralmente dividem seu budget de forma desigual: certas cenas e episódios recebem um tratamento "especial", enquanto que fillers e episódios-ponte amiúde sofrem com off-modeling e animação limitada. Acho que este esteve entre o primeiro grupo. Com o destaque para a bela sequência da Chise debaixo d'água.
Gostei particularmente da dinâmica do seu cabelo - e do seu efeito para o design da personagem. As mechas longas e esvoaçantes lhe deram uma maturidade que até então não tinha. Uma pena que teve de cortá-los ao final...

Diego-

Sabem aquele anime que, embora você se divirta enquanto assiste, não é realmente uma obra que te dá grande ânimo em continuar? Com onze episódios adentro, eu diria que Mahoutsukai no Yome é meio que esse anime para mim, ao menos nessa temporada. Não dizendo que ele esteja ruim, nem de longe, ele só não é exatamente um anime que eu faça questão de assistir no dia em que lança.
Eu acho que o anime precisa de um pouco mais de ruptura. Me incomodou o fato da história começar com as missõeszinhas do Elias antes mesmo de devidamente estabelecer o nosso elenco, e parece que os últimos episódios vêm tentando fazer exatamente isso: estabelecer o elenco. Mas enquanto ver o passado do Elias foi interessante, eu também já estou ficando com aquela sensação de "ta... e ai?" Pondo em outras palavras: Mahoutsukai no Yome já está ficando monótono, ao menos pra mim. Eu espero muito que o Elias de fato mande a Chise para uma escola ou coisa do tipo, só para mudarmos um pouco o cenário e adicionar ao quadro outros personagens e outras interações. Estes que temos eu já conheço e já entendi. Se não sairmos disso logo, o anime vai ficar bem cansativo bem rápido.

Vinicius Marino-

Outras personagens estão sendo adicionadas pouco a pouco: Lindel, Angélica, Rendred, Simon. Isso sem falar nas criaturas mágicas e no folclore. Difícil ver a série como "mesmice" quando cada episódio traz alguma coisa nova.
Mahoutsukai no Yome simplesmente não é umas daquelas tramas que se comporta como uma montanha russa emocional. Se nada mais, eu fiquei feliz em ver que o anime desistiu de forçar conflitos para manipular o andamento. Para o bem ou para o mal, essa é uma história lenta.

Diego-

Está introduzindo... mais ou menos. A maioria dos personagens introduzidos até aqui foram personagens de um episódio só, ao passo que os recorrentes, como o Ruth e a Angélica, não vêm tento exatamente um grande foco. A exceção fica com o Lindel, e sobretudo por conta dos dois últimos episódios. Mas vale dizer que enquanto vamos tendo outros personagens, o conflito e o assunto sobre o qual tratam segue sendo o exato mesmo: a relação da Chise com o Elias. E enquanto é bom ver o anime tocando na questão de que a Chise não pode se deixar depender demais só do Elias, nesse ponto eu sinto que "já entendi". Queria ver outros conflitos surgindo. Não tem problema ser lento, mas Mahoutsukai no Yome me parece ter entrado em um looping temático do qual não sabe como sair.


Gato de Ulthar-

Tenho que concordar com o Vinicius. Não vejo o andamento que Mahoutsukai no Yome vem tomando como algo tedioso, ou uma grande mesmice. Eu vejo estes últimos episódios como uma forma de o anime progredir ao desenvolver e mostrar os sentimentos dos personagens principais. E isso não é feito de uma maneira monótona, muito pelo contrário, o anime é um espetáculo cênico, com belos elementos folclóricos e uma trilha sonora de primeira. E acho que esse arco do "conhecimento" não irá prolongar-se por tempo demasiado, além de ajudar a dar um background positivos para os próximos arcos. Foi interessantíssimo ver a Chise fabricando sua própria varinha, mostra uma necessidade de evolução da Chise como pessoa.
Mudando um pouco de assunto mas nem tanto. Eu fiquei eufórico com belo espetáculo musical apresentado pelo anime, onde Chise dança com criaturas folclóricas. Me imaginei assistindo ao clássico filme de animação da Dysney Fantasia, onde peças de música clássica são animadas com belíssimas artes:

Diego-

Eu sei que vou ser minoria absoluta ao falar isso, mas... por algum motivo eu não consigo me impressionar com o visual em Mahoutsukai. Não entendam mal, ele não é ruim, e eu adoraria gostar mais dele. Mas num ano que nos entregou peças de cenário como Made in Abyss ou mesmo Houseki no Kuni eu por algum motivo não consigo ver nada de assim tão incrível nos cenários de Mahoutsukai, mesmo eles sendo até que bastante detalhados e mesmo em cenas que eu sei que deveriam se destacar mais - como a própria cena da dança.

Vinicius Marino-

Mahoutsukai não é uma superprodução e tem o dobro de episódios de Made in Abyss e Houseki no Kuni. É bem mais fácil carregar nas tintas quanto se tem mais recursos por episódio.
Dito isso, o que ele faz com os recursos que tem é primoroso. Não consigo ver como a cena da dança poderia ser "melhor", considerando o padrão da série até aqui.
Em outros episódios (como o da morte de Nevin) alguns lapsos de qualidade ficaram evidentes. Não aqui, e imagino que tenha a ver com o alicerce de uma "mid-season finale". O estúdio decerto quer terminar o cour em uma boa impressão.

Fábio "Mexicano"-

Tematicamente é sempre bom lembrar que esse não é um anime sobre magia, mas um romance em cenário mágico. Cenários mágicos costumam nos fazer esperar por aventuras ou coisa que o valha, e Mahou Tsukai até tem arcos com ação, mas a história não é sobre isso. Apesar do grande lore, que cresce a cada episódio, a história que importa aqui, que temos que prestar atenção, é a da Chise e do Elias.


Gato de Ulthar-

Acho que o Fábio pegou num ponto especialmente importante. O anime não é sobre magia, a magia é apenas um "backgorund" de uma história de romance entre Chise e Elias. Se há aventura, se há ação, é só um incremento para o anime não ficar tedioso. Em Made in Abyss a construção do mundo é muito mais importante, já que é um elemento essencialíssimo para a construção de um anime de aventura. Em Mahoutsukai no Yome temos a sorte de além de possuirmos uma relação entre Chise e Elias não negligenciada, temos uma abordagem colateral competente, com um mundo mágico riquíssimo e interessante, além de uma animação e trilha sonora competentes.

Diego-

Eu entendo que seja um romance, é só que... eu não me importo com ele? Não é o tipo de argumento que eu goste de usar, porque no fim do dia é algo muito pessoal. E Mahoustukai no Yome obviamente quer e tenta fazer com que eu me importe com a relação dos dois. Só... não realmente está conseguindo prender o meu interesse. Como eu disse, nem de longe o anime está ruim, só não é um título que eu aguarde ansiosamente a cada semana.

Gato de Ulthar-

Entendo perfeitamente. De qualquer forma nunca dá para agradar todo mundo. Mas mudando um pouco de assunto, vamos falar de certos aspectos pontuais que me chamaram a atenção, por exemplo: Que espécie de ritual era aquele que a Silver estava fazendo no final do episódio, enterrando um passarinho no vaso? Alguma sugestão?

Fábio "Mexicano"-

Isso aí veio tão do nada que não faço a menor ideia. Conheço muito pouco da fada dona de casa. Talvez esteja só plantando uma árvore de passarinho mesmo.


Gato de Ulthar-

"Árvore de passarinho" , melhor sugestão possível.

Fábio "Mexicano"-

Os pássaros têm que vir de algum lugar, né :smile:

Gato de Ulthar-

Sim, bem. se bebês nascem de repolhos né? Pássaros podem ser plantados também :stuck_out_tongue: Talvez sejam aqueles passarinhos celulares, como quando o Renfred mandou um para o Elias.

Fábio "Mexicano"-

Eu não prestei atenção, mas agora que você falou, talvez tenha sido justamente aquele pássaro que ela enterrou?

Gato de Ulthar-

Eu pensei a mesma coisa, mas acho que o pássaro do Renfred era azul, não? E o enterrado é marrom... Se for, aqueles passarinhos mensageiros são descartáveis? Pobrezinhos!

Fábio "Mexicano"-

Coisa típica de feiticeiros imundos que não se preocupam com a natureza, hunf

Vinicius Marino-

Eu tive a impressão de que o pássaro já estava morto. Renfred é um feiticeiro; não sabe dobrar a natureza à sua própria vontade como os magos. Mas talvez eu esteja confundindo com outra série. Lembro-me distintamente de ter visto (ou lido) alguma coisa em que o feiticeiro usava um pássaro morto como "celular".

Fábio "Mexicano"-

Bom, mas ninguém precisa de magia para matar um pássaro, né? :smile:

Vinicius Marino-

Pois é. Nem todo mundo é o Gandalf que sussurra para a mariposa e ela traz os B-17 para bombardear Dresden pássaros gigantes para Isengard.
Reles mortais têm de se contentar com necromancia. (Supondo que isso seja mesmo necromancia)

Diego-

Eu nem me aventuro a chutar, mas acho que é algo que será explicado no futuro... eu espero... ou talvez seja só o hobby dela, enterrar pássaros mortos que encontra por ai :stuck_out_tongue:

Gato de Ulthar

Bom, entrando em outro aspecto "folclórico" que achei interessantíssimo, foi a aula do Lindel sobre as propriedades mágicas dos diversos tipos de madeira.
Isso me lembrou bastante Harry Potter, onde há uma variedade igualmente grande de tipos de varinha e dos seus cernes, como pena de fênix e pelo de unicórnio.


Fábio "Mexicano"-

Eu fiquei chateado com essa cena, sinceramente. O dragão lá morreu dizendo para ela que queria que ela fizesse a varinha dele. Ela passou um dia (tentando) cortando galhos dele. E daí no dia seguinte o Lindel apresenta algumas opções pra ela de várias árvores...

Gato de Ulthar-

Pois é, fui falar da questão das árvores esqueci do que tinha me chateado neste episódio! Até quero ter certeza de que não entendi errado. Ela cortou o galho do Nevin, certo? E não usou ele pra fazer a varinha? Que pisada :frowning:

Fábio "Mexicano"-

Tenho quase certeza que cortou. Precisaria rever o episódio anterior para confirmar (mesma coisa o pássaro, pra saber se é o mesmo que foi enterrado ou não)
Agora estou torcendo pra sei lá, ela encaixar a varinha que ela fez com um pedaço da árvore do dragão :stuck_out_tongue:

Diego-

Acho que a parte das madeiras era pra escolher o cabo, não? Ou algo parecido? Porque seria muito bizarro se não fosse isso.

Fábio "Mexicano"-

Ela esculpiu uma varinha daquilo. Apareceu no episódio.

Diego-

Também falam que não está terminada. Ainda da tempo de ser só o cabo :smile: Ou talvez o galho do dragão-árvore lá é que vai ser o cabo...

Gato de Ulthar-

A varinha vai ficar tão grande que não vai mais poder ser chamada de varinha, e sim de cajado mágico!

Gato de Ulthar-

Não é uma coisa que renda muito assunto, mas que me chamou a atenção neste episódio foi o a Chise mais uma vez ter caído na água e indo se afogar, até o próprio anime faz piada com isso. Mas o que mais me chamou a atenção neste momento foi este bichão:
Seria uma espécie de dragão marinho, já que é a ilha dos dragões? Embora pareça mais uma serpente ou um peixe como uma enguia.

Fábio "Mexicano"-

O interpretei imediatamente como um dragão que vive na água. Tem dragões de todos os tipos e formatos lá já, nada mais natural. E achei a questão da "Chise sempre cair na água" muito interessante, de fato, e talvez não seja só piada.
Em mitos, superstições e ficção, a água costuma ser associada à purificação e à cura, exatamente o "primeiro trabalho" da Chise, já há vários episódios. O Elias é associado à sombra, e a Angelica é associada a cristais; me parece que o anime está vinculando seus magos a elementos da natureza.

Gato de Ulthar-

Essa é uma boa teoria. Parece natural que os magos tenham especialidades. A especialidade do Lindel são magias de cura por exemplo. E mais interessante é que sempre que a Chise cai na água ela entra em um estado de torpor "mistico", o que reforça alguma ligação com a água.

Vinicius Marino-

Ele pode ser um dragão, ou pode ser um "aspecto" de alguma divindade maior: a serpente Jörmungandr da mitologia nórdica, ou Ouroboros, a serpente do destino que morde o próprio rabo (embora essa não esteja mordendo nada).
Sobre o lago, uma pequena trívia : na mitologia Sami, alguns lagos são "dupla-face" e levam a Saivo, um mundo invertido abaixo do nosso. Saivo é o reino dos mortos e também o lugar aonde os espíritos dos xamãs visitam durante o transe. Não creio que isto tenha relação com a Islândia do anime, mas é fato que a água também é um espelho natural e como todo "espelho", é cercada de mitos envolvendo seu uso como portal ou instrumento de comunicação.
A própria Chise, vale lembrar, também utiliza o lago para esse último fim nesse episódio.

Diego-

Eu imagino que seja só um dragão marinho mesmo, e inclusive aposto que nem o veremos de novo :stuck_out_tongue: Mas é de fato bonito, e chama a atenção - embora eu no lugar da Chise estaria altamente aterrorizado e tentando subir à superfície o mais rápido possível :smile:

Gato de Ulthar-

Mas a Chise tem um estranho hábito de quando cai na água se deixa levar... E falando em levar, veremos onde o 12º episódio nos levará. Será que terminaremos este arco da missão da Chise para fechar com chave de ouro a primeira metade do anime? Lembrando que temos pelo menos mais 12 episódios pela frente, então, até a próxima!

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