Café com Anime - Mahoutsukai no Yome Episódio 15



Bem vindos a mais um Café com Anime! Desta vez conversamos um pouco sobre o 15º episódio de Mahoutsukai no Yome! Não deixem de ler!

Eu já apresentei o projeto Café com Anime anteriormente, mas para os desavisados, eu, Gato de Ulthar, juntamente com outros amigos blogueiros, estamos realizando análises semanais de animes da temporada, a medida que os episódios forem saindo, tudo em forma de conversa entre os participantes. Se você tem interesse em entender melhor o projeto, recomendo que leia a postagem introdutória da inciativa: 

Café com Anime - Uma nova iniciativa do Dissidência Pop para esta temporada de Outono de 2017


Também é possível acompanhar o Café com Anime e as conversas publicadas por aqui: Análises Semanais - Café com Anime, onde há um menu para acessar todos os episódios analisados, a medida quem forem lançados. Lembrando que o Dissidência Pop também está hospedando nossas conversas sobre o anime Junji Ito: Collection.

Gato de Ulthar-

Primeiramente, digo que gostei bastante deste episódio. O "cliffhanger" do final do episódio passado não teve uma resolução tão rápida e esquecível como outros que ocorreram antes, como o da transformação da raposa.
O "lore" deste episódio foi absolutamente fantástico, afinal de contas, não é todo dia que se entra no País das Fadas e se encontra criaturas e paisagens tão interessantes.
E o melhor do episódio foi a segunda metade. Foi lindo ver finalmente a história da Silky, e como ela passou de uma Banshee para uma fada doméstica. Como ela é tão retraída, foi um momento belíssimo ver como ela gosta de sua família enquanto estava sozinha cuidando da casa.


Fábio "Mexicano"-

Eu quero é saber o que aconteceu com a família que vivia ali antes do Elias chegar, eita. Vai ver ele comeu todo mundo? :smile:
Quanto a outra metade do episódio, duas coisas: a Chise precisa evitar pessoas com aquele corte de cabelo, é sério. E o Elias está dando passos tímidos em seu próprio desenvolvimento de personagem. Como ele é de poucas palavras e ainda menos expressões e linguagem corporal no geral, está sendo um pouco difícil acompanhá-lo, ele quase não sai do lugar. Tenho a impressão que se eu não estivesse atento a ele o tempo todo esperando alguma mudança, qualquer mudança, eu sequer perceberia - e talvez o espectador médio do anime não esteja percebendo. Me preocupa o tipo de experiência que as pessoas podem ter, tudo considerado.

Vinicius Marino-

Antes de mais nada: eu quero ter uma formiga gigante para cavalgar. E uma Silky para me ajudar com reformas. De preferência uma que não tenha sido uma banshee, pois banshees são creepy
A lore do episódio foi ótima, como digno do reino das fadas. Lembra que conversamos sobre o descompasso temporal uns episódios atrás? Pois bem, tivemos uma demonstração prática nesse capítulo.
E falando em lore, uma curiosidade: Shannon (a fada médica) é o nome de um rio da Irlanda. Nada mais apropriado que ela tenha "curado" a Chise mergulhando ela na água!

Gato de Ulthar-

Quando eu ouvi a história da Shannon eu já me liguei que ela é um mito do folclore europeu bastante conhecido, os changelings, ou crianças trocadas. Pelo que já estudei, esse mito poderia ter se originado por uma forma de casais se livrarem de crianças deformadas.


Diego-

Chise e água: uma história de amor melhor que Seya e o chão :smile: Ok, com o perdão da piada, estamos em um ponto em que a Chise quase se afoga e eu só consigo pensar "po**a, de novo?!" XD Tudo bem, tudo bem, tem o seu lado simbólico, de purificação e renovação, mas o anime realmente gosta de abusar disso, em? Mas nitpicking de lado, foi um bom episódio, e fico feliz que o motivo da Chise ter cuspido sangue seja mesmo porque seu corpo não aguentou a magia. O reino das fadas tem mesmo um visual bem interessante, e sobre a segunda metade eu gostei da história da Silky. Mas me pergunto o mesmo que o Gato perguntou: que terá acontecido com a família que ali vivia?

Gato de Ulthar-

O que aconteceu com a família que ali vivia? Se pode traçar algumas teorias, creio que Elias pode ter comprado a casa e herdado a Silky, mas isso é muito improvável. Acho mais fácil que a família tenha morrido, pois não sabemos quando que ela foi transformada de uma Banshee para uma Silky, isso pode ter ocorrido há mais de 100 anos, pois não há uma indicação temporal.
De qualquer forma, creio que ela deu sorte em se ver transformada em Silky, pois Banshee é um ser muito problemático, pois está ligada diretamente a um clã (teria que se irlandês, mas abre-se uma exceção ao anime :P), e vive para chorar quando algum membro da família morre, ela deu azar de todo mundo morrer ao mesmo tempo e perder sua função.
Banshee é um ente fantástico da mitologia celta (Irlanda) que é conhecida como Bean Nighe na mitologia . Fala-se que existe Banshee malígno, o qual esses seres capturavam e se alimentavam do cérebro de sua vítima, elas são seres mitológic...
E como não mencionar o melhor casal do anime? Silky e Spriggan :stuck_out_tongue: Brincadeiras à parte, gostei de ver que há algo além da marra e ódio aos humanos no carrancudo guarda-costas da Rainha das Fadas. A maneira como ele ajudou a Silky a se tornar a Silky, demonstra que ele possui muito poder mágico, mais do que se poderia imaginar, além de um bom coração.
Adorei essa cena!

Fábio "Mexicano"-

A Silky também demonstrou possuir muito poder mágico. Ela só sussurrou umas três ou quatro palavras incompreensíveis e reformou a casa inteira!


Vinicius Marino-

Banshees têm uma trajetória bem complexa na mitologia. "Complexa" porque a lenda delas foi reinterpretada de todas as formas para todos os propósitos. A mensagem mais antiga de uma banshee é uma saga do final do século XIV chamada Caithréim Thoirdhealbhaigh (duvido você pronunciar isso). Na trama, ela é uma aparição que surge àqueles que estão indo à guerra para avisar que morrerão em batalha.

Fábio "Mexicano"-

(eu pronuncio - você não disse que eu deveria pronunciar certo)

Vinicius Marino-

Isso se metamorfoseou em fadas que pressentem a morte, ou que "lamentam" os mortos de alguma forma (embora as banshees nos Caithréim não lamentem nada, só zombem dos prestes a morrerem).

Gato de Ulthar-

Bom, para uma entidade "gritadeira", a Silky ficou bem silenciosa.


Gato de Ulthar

Só sei de uma coisa, eu adorei o poer dela de redecorar uma casa tão facilmente! Isso economiza uma grande quantia de dinheiro, além dela ter um ótimo gosto! Eu queria muito ter uma Silky!
Mas falando algo um pouco mais sério que foi levantado lá em cima pelo Fábio, sobre o Elias ser o novo "protagonista" de mudanças, e que essas mudanças são muito sutis, dificultando a sua percepção, diante das características do próprio personagem.
Mesmo assim, creio que esse foi um dos, se não o melhor, episódios onde vemos um pouco do que o Elias realmente pensa. Achei aquela conversa com a Rainha das Fadas fundamental para isso. Eça convidou a Chise e ele para morar no reino das fadas, aparentemente Chise teria mais chances ali. De qualquer forma, Elias recusou a oferta, pois mesmo que o lugar seja propício para habitantes com poderes mágicos, está muito longe de ser o lar deles. Além disso, como o Elias é um ser anômalo, ele é alvo de grandes críticas das fadas, que o veem como uma criatura horrível ou digna de pena. Ele teria que viver como uma espécie de refugiado indesejado, enquanto que com os humanos, mesmo que ele não se mostre como realmente é para a maioria das pessoas, sua vida é muito mais sossegada e harmoniosa. Esse entendimento fica claro na seguinte fala:
E lembrando que ele sofreu um tremendo bullyng quando entrou no Reino das Fadas:

Diego-

O episódio de fato foi muito bom em mostrar um pouco mais do Elias. Ao mesmo tempo, não posso deixar de me perguntar porque será que o rei e a rainha das fadas parecem nutrir algum tipo de afeição ou gosto pelo Elias enquanto todo o resto do reino das fadas parece ter só desprezo. Seria só pena, como o Elias parece ver? Saberiam eles mais do que parecem? Especulação totalmente sem base, mas vai que né rsrs. Em todo caso, é no mínimo bom que essa segunda metade mude um pouco o foco para o Elias após tantos episódios focando nos dilemas da Chise. Dá uma certa sensação de que ao menos a história está progredindo (sensação que eu senti um pouco de falta na primeira metade, dado que os episódios pareciam sempre abordar os mesmos temas todo tempo).

Fábio "Mexicano"-

Eu acho que não foi só por se sentir mal que o Elias não quis ficar no reino das fadas. Me pareceu, por sua resposta, que ele quer mesmo aprender mais sobre os humanos. Vai saber? Com o tempo, porque eles o temiam ao invés de desprezá-lo, talvez ele tenha passado a nutrir alguma curiosidade mesmo. O que deve tê-lo feito comprar a Chise em primeiro lugar, porque ela também vive entre os dois mundos (e se sentia desprezada entre os humanos), e, com ela, querer ainda mais saber sobre esses macacos pelados.


Vinicius Marino-

Em mitologias, "reinos paralelos" são bem difíceis de se entrar, pela mesma razão de que não é sempre que você escuta de alguém ressuscitando. Quantas pessoas viajam para o mundo dos mortos (ou outras terras não-terrenas) e voltam para contar a história? Assim, há todo o tipo de regras, limitações e tabus que impedem os habitantes de cruzarem as barreiras ao seu bel-prazer.
Em alguns casos, não é nem questão de má-fé, mas uma coincidência trágica (Orfeu condenando sua amada ao Hades por ter olhado para ela antes de voltar à superfície). Parece-me que o Elias, esse ser "limítrofe" meio bobalhão, pisou em alguns calos ao longo de seu aprendizado.
Para um universo cheio de regras como o mundo das fadas, nem a benevolência do Oberon e da Titania podem ser suficientes para protegê-lo de tudo isso.


Gato de Ulthar-

Teve uma informação passada pela médica que me deixou um pouco alarmado. Ela afirmou que a Chise teria conseguido um tratamento melhor em um hospital humano! Mas vamos lá, imaginem a Chise chegando no ponto-socorro sofrendo de excesso de magia? Claramente os médicos não iriam diagnosticar esse problema, verificariam as várias hemorragias e tentariam resolvê-las, mas como eles iriam tratar ela de uma maneira efetiva se não são capazes de diagnosticar o mal que a afligia?

Fábio "Mexicano"-

Acho que nem a médica fada nem médicos humanos tratariam do excesso de magia. Se fosse fácil lidar com isso, a Chise nunca estaria em risco de vida em primeiro lugar. O que ela tratou e o que humanos tratariam é dos sintomas - as hemorragias.

Gato de Ulthar-

O tratamento na água foi bem específico.
Duvido que médicos humanos tentariam aquele tratamento de choque! :stuck_out_tongue:

Fábio "Mexicano"-

Sim, como tratar seria diferente. Você pode tratar uma febre com remédios por via intravenosa, oral, retal, ou com banho de água gelada, enfim, de todo modo você está tratando um sintoma. Ela tratou a hemorragia com ameaça de afogamento (LOL, deve funcionar lá do outro lado, né).


Vinicius Marino-

Eu acho que as coisas no mundo das fadas dependem desse tipo de "tranco". Ou seja: é poderoso, é mágico, mas se por algum motivo der crepe você morre. :stuck_out_tongue_closed_eyes: Bem mais seguro procurar um hospital, sobretudo se você não tiver o halo de protagonista sobre sua cabeça

Gato de Ulthar-

Outra coisa que me chamou a atenção foi o Ruth também sofrendo de hemorragia. Claro que isso faz sentido, como ele é o familiar da Chise, a vida dela é a vida dele, se a Chise morrer, bye bye Ruth. O interessante é que ele realmente teve os mesmos sintomas dela, então se ela for ferida, ele provavelmente também o será.

Diego-

Me pergunto se a recíproca é verdadeira: será que se o Ruth for ferido a Chise também será? Sobre a questão médica, eu acho interessante o que a médica disse mais pelo fato de que o próprio Oberon e o Elias haviam concordado que a Chise estaria melhor sendo tratada no reino das fadas. Da parte do Oberon é meio evidente o porque ele diria isso: fadas são naturalmente atraídas para pessoas como a Chise, e queriam ela ali já desde o começo do anime. Mas da parte do Elias isso foi uma decisão interessante. Ele diz que prefere o mundo dos humanos ao mundo das fadas, mas com a Chise em estado grave ele confiou bem mais nas fadas que nos humanos.

Fábio "Mexicano"-

Acho que ele ficou preocupado com o que iria dizer se fosse em um hospital de verdade. Claro, iriam tratar a hemorragia dela, mas iriam querer saber o que aconteceu com ela em primeiro lugar. Acho que foi isso que o Oberon disse, não foi? Que ele não poderia aparecer em um hospital humano dizendo que a Chise estava produzindo magia demais.

Me pergunto porque não poderia... Não é como se magia fosse um segredo daquele mundo. O Elias podia só falar a verdade...

Gato de Ulthar-

Dito tudo isto, acho que podemos encerrar nossa conversa por aqui, não é? Estou curioso para a nossa conversa do próximo episódio. E tomara que o anime mantenha esse nível bom de qualidade que vem apresentando.

Postagens mais visitadas