Café com Anime - Mahoutsukai no Yome Episódio 16


Feliz Natal a todos e bem vindos a mais um Café com Anime! Vocês devem estar estranhando o motivo de eu ter desejado um feliz natal, mas é que o episódio 16 de Mahoutsukai no Yome é um episódio natalino! Fora de época mas é! 


Eu já apresentei o projeto Café com Anime anteriormente, mas para os desavisados, eu, Gato de Ulthar, juntamente com outros amigos blogueiros, estamos realizando análises semanais de animes da temporada, a medida que os episódios forem saindo, tudo em forma de conversa entre os participantes. Se você tem interesse em entender melhor o projeto, recomendo que leia a postagem introdutória da inciativa: 

Café com Anime - Uma nova iniciativa do Dissidência Pop para esta temporada de Outono de 2017


Também é possível acompanhar o Café com Anime e as conversas publicadas por aqui: Análises Semanais - Café com Anime, onde há um menu para acessar todos os episódios analisados, a medida quem forem lançados. Lembrando que o Dissidência Pop também está hospedando nossas conversas sobre o anime Junji Ito: Collection.


Gato de Ulthar-

E não é que tivemos um típico episódio de Natal (Yule) em plenos meados de janeiro? Confesso que sempre me sinto deslocado vendo episódios de anime com temática natalina quando eu não estou no Natal, mas isso é uma impressão pessoal, pois na verdade o episódio foi bom para um episódio de Natal. Tivemos a Chise estreitando sua amizade com a Alice, numa busca por presentes de natal para os seus mestres. Contudo, creio que o mais interessante deste episódio foi ver um pouco do passado da Alice, de como ela conheceu Renfred e saiu do mundo das drogas, o Leão da Proerd ficou muito feliz! E espero que as crianças hoje em dia conheçam mais das drogas e seus malefícios do que a Chise.

Diego-

Considerando q vida horrível que a Chise parece ter tido é até um pouco surpreendente que ela própria não tenha entrado pras drogas - por dark que talvez seja dizer isso. Mas como um todo foi um episódio bem gostoso de assistir. Aprofunda um pouco mais na Alice - e por tabela também um pouco mais no Renfred - e ainda termina bem heartwarming. Só fica a questão: sendo um episódio natalino, estaria ele atrasado ou adiantado? :stuck_out_tongue:

Fábio "Mexicano"

A Chise perguntando se droga é gostoso foi o ponto alto do episódio :smile: Ela conseguiu ser quase tão insensível quanto a protagonista de Violet Evergarden :smile:
E ah, sobre a Chise não usar drogas, como o Diego mencionou, pelo pouco que eu sei é bem difícil ter acesso a drogas no Japão e quem lida com isso é muito barra pesada. Eu não sou especialista, posso estar enganado, mas o Império Britânico deixou uma mácula muito forte com o comércio de ópio no extremo oriente e sudeste asiático.
Se for me perguntar o detalhe mais importante do episódio, eu diria que foi o Elias ficando bravo com a Chise porque ela o deixou preocupado.

Vinicius Marino

Mais do que isso, o Elias descobrindo o que é "estar bravo".
Que episódio doce! Realmente digno do natal. Gostei particularmente do flashback da Alice e de seu passado com o Renfred
O lance do livro esconder um monstro é um daqueles pontos altos da imaginação da autora. Um pequeno detalhe que faz toda a diferença. Aliás, o episódio esteve recheado de tais detalhes: o "espião" do Elias acompanhando a Chise, o centauro-carteiro, as divindades da floresta .

Fábio "Mexicano"-

Sem dúvida, foi um episódio todo bem encaixadinho. Até o moleque do cliffhanger apareceu antes (já perto do final, mas mesmo assim, é alguma coisa).

Gato de Ulthar-

Foi bom o Vinicius ter trazido a imagem da deusa grávida. Novamente a autora não se esquece de pegar referências mitológicas reais para compor o lore do anime. A Deusa Grávida é um elemento comum na tradição germânica, ela dá a luz no Yule, ou seja, no Solstício de Inverno, e a criança que pare é o verão vindouro. Enfim, representa o ciclo da vida que se repete todos os anos. Também faz referência ao Natal cristão, com Jesus nascendo nesta época, lembrando que o cristianismo absorveu várias festividades pagãs.

Vinicius Marino-

E falando em divindades, minha divindade favorita do anime, o Olhos de Cinza, está de volta!
Sei que o anime não foi muito competente com seus cliffhangers até agora, mas esse me pareceu um dos mais interessantes. Talvez pelo fato de se focar não na Chise, mas em uma outra personagem.
Acredito que isso seja, em si, um sintoma do amadurecimento da Chise. Começamos o anime com uma protagonista derrotista, indefesa, sem amigos ou relações próximas. Hoje Chise já consegue pensar por si própria está cercada de pessoas que a amam (tanto fadas quanto humanos) e se vê inclusive na capacidade para ajudar os outros.
Que prova maior de seu desenvolvimento pessoal que a ajuda que (presumivelmente) dará ao garoto que cruzou caminho com o antigo deus? Ela, que outrora fora uma criança, salvando ela própria uma criança?

Fábio "Mexicano"-

Como será que o moleque atravessou pra plataforma 9¾, hein?

Vinicius Marino-

Bom, considerando o que há de turistas batendo a cabeça na estação de King's Cross, não me surpreende :joy:

Fábio "Mexicano"-

Mas falando sério, o Vinícius disse o que eu estava "guardando" para mais tarde: esse cliffhanger foi legal porque não foi a Chise. Poxa, é que nem Kokkoku, é óbvio que não vão matar a protagonista! Não que eu aposte que o garoto vá morrer, mas Mahoutsukai não tem histórico de tratar bem seus figurantes.

Vinicius Marino-Última Terça-feira às 11:43

O rol de possibilidades que isso abre é enorme. Ele é mortal, cego ao outro mundo, não tem um papai super-poderoso na figura do Elias. Em retrospecto, este é um ângulo que Mahoutsukai poderia ter explorado desde cedo: as consequências das ações da Chise não para ela própria, mas para os outros ao seu redor.
Curiosamente, foi exatamente isso que aconteceu com a Alice. O turning point que a transformou de ex-junkie maloqueira à aprendiz leal foi ver um terceiro (Renfred) se ferir pelos seus erros.
E olha que ela nem precisaria desse incentivo. Sua história é quase (ou mais) sofrida que a da própria Chise. Com um pouco de preguiça, a Kore Yamazaki poderia simplesmente ter feito da sua crise de abstinência a virada para a sua devoção ao mestre. Felizmente para nós, ela não se contentou com isso.

Fábio "Mexicano"-

É verdade. Tenho a hipótese de que o moleque só atravessou porque trombou na Chise. Como ela ter ido para onde inocentes podem trombar nela foi em primeiro lugar uma fuga imprudente, como o próprio Elias disse, a noção de responsabilidade tenderia a ser o foco do próximo arco.

Gato de Ulthar-

E pelo que parece, o Olhos de Cinza não nutre muito carinho aos humanos, então o menino vai estar em maus apuros. Se bem que eu ache que ele não vá fazer mal ao moleque, afinal de contas ele tentou a ajudar a Chise a ser verdadeiramente livre como raposa. Claro que a sua ajuda foi muito questionável para os padrões morais humanos, mas como ele não é humano e sim uma criatura milenar...
E uma curiosidade que percebi. Faz muitos anos que eu via um pouco de Naruto, e não consegui deixar de perceber que o olho do Olhos de Cinza é igual o Rinnegan do Naruto, uma espécie de olho especial que confere ao suário grandes poderes.

Vinicius Marino-

Esse papo de olhos me lembra a Shiki Ryougi, protagonista de Kara no Kyoukai. Ela foi abençoada (ou amaldiçoada) com os Olhos de Percepção da Morte, que permite que veja as "linhas da vida" que sustentam todos os seres. Cortando essas linhas, ela é capaz de matar qualquer oponente, não importa quão poderoso ou imortal.

Diego-

Olhos especiais aparecem a rodo nos animes, vamos e venhamos. Os olhos de Shinigami em Death Note, o Geass em Code Geass... Mesmo além dos animes: em Kagerou Project, uma série de músicas de vocaloid que deram origens a adaptações em mangá, light novel e anime, cada personagem possui um poder ativado quando seus olhos ficam vermelhos.

Gato de Ulthar-

Falando em "olhos vermelhos", gostei de ver o Ruth expulsando os drogados:

Vinicius Marino-

Com esse Ruth eu não queria cruzar na rua. E olha que sou uma "dog person". Em comparação, Ruth pedindo um beijo debaixo do visco é fofura pura.

Gato de Ulthar-

Essa cena eu achei muito "heathwarming". Até o Elias ganhou um beijinho. Cheguei a cogitar que ela o beijaria na boca, mas convenhamos, isso é um pouco difícil!

Gato de Ulthar-

A coisa que mais me surpreendeu neste episódio de Mahoutsukai no Yome foi descobrir que o Elias é prendado em corte e costura, mais especialmente na confecção de ursos de pelúcia. Me desculpem, mas ele deixou a Sakura e o Shaoran no chinelo na arte de fazer ursinhos.

Fábio "Mexicano"-

Ele faz ursos todo ano, LOL

Vinicius Marino-

Elias coloca a Sakura e o Shoran no bolso. Os ursinhos dos dois, além de serem menos impressionantes, vieram daqueles kits prontos, "Do it yourself". O Elias presumivelmente costurou tudo do zero.
Aliás, preciso dizer que gosto quando magos e feiticeiros são representados como pessoas com habilidades em trabalhos manuais. Se pararmos para pensar, eles dependem de uma série de implementos, que a tradição dita que precisam ser feitos a mão. Se você já terá de construir a sua varinha, o que lhe impede de virar um carpinteiro?
Agora, esse ursinho específico tem um twist muito legal - e muito infame. Tenho uma piada pronta para ele (mas acho que guardarei para o próprio episódio kkk)

Diego-

Vamos e venhamos, nada impede o Elias de ter feito o ursinho com mágica, né? :stuck_out_tongue:

Gato de Ulthar-

Pelo o que ele deixou a entender, ele fez costurando mesmo. Não é o tipo de pessoa/monstro que usaria magia para qualquer fim.
E é um baita ursinho. Elias não entende os seres humanos direito, mas sabe que meninas gostam de ursões.

Fábio "Mexicano"-

E tem noção de quando ele faz um trabalho melhor ou pior.

Gato de Ulthar-

Sim, ele deveria abrir uma empresa de brinquedos :stuck_out_tongue:
Ahh, e outra coisa bem bacana do episódio foi justamente a criatura que a Alice invocou ao abrir o livro proibido. Achei ela super lovecraftiana. Será que aquele livro era o Necronomicon? :stuck_out_tongue:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Necronomicon
O Necronomicon ("Al Azif", no original árabe) é um livro fictício criado por H.P.Lovecraft, autor estadunidense de ficção científica, horror e literatura fantástica. Segundo o próprio, o Necronomicon teria sido escrito em Damasco por volt...

Fábio "Mexicano"-

Ele é parecido criaturas chamadas horológios de um anime do ano passado chamado Jikan no Shihaisha, que devoram o tempo das pessoas (ao fazer isso as pessoas ficam mais jovens até desaparecer). Provavelmente o autor de Jikan no Shihaisha deve ter vislumbrado esse imaginário visual em algum outro lugar também, suponho.

Diego-

Talvez seja uma referência a alguns dos infindados yokais do folclore japonês. Ou alguma criatura um pouco mais obscura do folclore europeu. Ou talvez nem tenha nenhum background desse tipo e seja só um design legal que a autora resolveu usar. Vai saber rs.

Vinicius Marino

Não sei se é o Necronomicon exatamente, mas é uma excelente metáfora visual para o "perigo" dos livros proibidos. Isso me lembra de um livro do Alastair Crowley que vi vendendo num sebo uma vez. Queria comprar mais por curiosidade, mas o dono não quis me vender. Disse que era um livro raro, que nem ele mesmo sabia quanto valia. Ofereci-me para buscar uma estimativa e descobri que ele estava certo. Na internet, o exemplar mais barato que encontrei saía por 200 reais!
Antes monstros, hoje o preço. As artimanhas que são feitas para nos separar do conhecimento proibido!

Gato de Ulthar-

Falando em livros proibidos, me lembrei do livro proibido do filme O Nome da Rosa, baseado no clássico de Umberto Eco! Mas deixando os livros um pouco de lado, encerro essa discussão, e até a próxima!

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