Black Rock Shooter: Innocent Soul, mais do mesmo?
Todos devem se lembrar do fracasso que foi o anime de Black Rock Shooter, o qual não seria tão percebido caso não fosse o hype gigantesco encima da franquia. Não seria interessante extrair algo de positivo disto tudo?
Fazendo um breve contexto histórico, Black Rock Shooter foi originalmente um videoclipe de uma canção de mesmo nome da banda japonesa Supercell com ilustrações de Huke, o criador artístico do design da Black Rock Shooter. Após um sucesso considerável deste videoclipe, em 2010, fora produzido um OVA de 50 minutos pelo estúdio Order em parceria com o A-1 Pictures aproveitando a personagem criada pelo videoclipe, o que gerou expectativas positivas em cima desta franquia, uma vez que este OVA tinha um design bacana e a estória tinha potencial, caso fosse bem trabalhada posteriormente.
Neste contexto, em 2012 começou a ser exibido pela Noitamina, uma série de 8 episódios (graças a Deus foram só 8 episódios), seguindo basicamente a mesma premissa do OVA, mas não foi bem sucedida, a animação se mostrou fraca, o enredo confuso a maçante, no entanto, a estória possuía potencial, o que poderia ter sido trabalhado de uma forma mais convincente. Também foram produzidos dois mangás e um jogo para PSP.
Nesta postagem falarei do mangá Black Rock Shooter:Innocent Soul, composto por 2 volumes com 12 capítulos, tendo como autor Sanami Suzuki e publicado mensalmente na revista Young Ace.
Bem, quanto ao enredo, ao contrário do exposto no OVA e na série animada, onde há uma transição entre o mundo real com as angústias e aflições das personagens típicas de um slice-of-life e o "outro" mundo, lar da Black Rock Shooter e demais versões das mesmas garotas só que em uma versão badass, as quais lutam fisicamente umas com as outras. Já em Innocent Soul não nos é mostrado o mundo real, apenas o "outro" mundo, aqui chamado de Hazama, o que permitiu um melhor desenvolvimento deste mundo alternativo, em constaste com superficialidade das outras produções, o que foi alvo de muitas críticas.
Resumidamente, Innocent Soul nos conta a saga da Black Shooter que estamos habituados, pelo menos na aparência (todas as garotas são chamadas Black Shooters, o que difere é a numeração, com exceção de Dead Master, que aqui é apenas chamada Dead), que vaga pelo mundo entre a terra e o céu, chamado Hazama, com a missão de capturar almas estagnadas pelo peso de não terem podido completar em vida seus desejos para que estas possam ascender ao paraíso após serem purificadas. No entanto nada é tão simples, as almas estagnadas criam realidades particulares moldadas conforme suas aspirações, e nestas realidades podem estar presas outras almas que, embora não estagnadas, ficam retidas conjuntamente, além de serem extremamente perigosas, como a primeira alma que Black encara, a de Jack Estripador.
Outro diferencial neste mangá é a presença de uma companhia para Black, Ron, uma cobra estilizada com a habilidade de se transformar em armas, a espada e o canhão, além de ser bem desbocada. Ressalta-se que todas Black Rock possuem um destes animais ou seres diversos, como o par de caveiras da velha conhecida Dead Master. Neste contexto nossa Black Rock vai vagando por Hazama libertando alma atrás de alma, só que alguns acontecimentos atrapalham os afazeres diários dela, como quando ela começa a querer entender seus sentimentos e o aparecimento da Dead Master e o seu estranho apetite por comer almas.
O maior diferencial desta obra é a presença de um enredo que apresenta uma sequencia lógica aceitável, não aquele emaranhado de informações desconexas da série animada, embora a apresentação de informações fora de ordem seja um recurso que utilizado de forma adequada pode se engrandecedor para determinadas produções, não o foi neste caso. Outro ponto positivo foi a ausência de interação no mundo dito "real", uma vez que os personagens que habitam Hazama estão todos mortos, isto não chega a ser um spoiler, haja vista ser passado de cara ao leitor.
O desenvolvimento da estória é linear, no máximo alguns flashbacks ao longo da trama; os personagens são interessantes, destaque para Dead Master que se mostrou a personagem mais bem desenvolvida e interessante. Acho que faltou um pouco de melhor desenvolvimento entre a Black Rock e Ron. Destaca-se também o background das almas estagnadas, o qual foi bem desenvolvido em sua maior parte pelo menos, os motivos os quais fizeram a alma estagnar-se soaram verossímeis e nos faz questionar sobre diversos aspectos do homem, além de outras formas de vida (isto é bem relevante para a trama).
Quanto aos aspectos gráficos, eu particularmente sempre gostei da arte estilizada das produção acerca de Black Rock Shooter, as lutas até que foram razoavelmente desenvolvidas, embora alguns quadros tenham ficado confusos.
Me surpreendi com o desfecho, embora no conjunto não seja nada muito criativo, eu não podia prever que tal coisa aconteceria, não foi como aquela revelação chocante, foi mais como algo simbólico e agradável e que nos faz refletir um pouco.
Innocent Soul é sem sombra de dúvidas melhor desenvolvido que seu similar animado, e certamente, caso a animação seguisse este mangá poderia não ter dado origem a um fracasso. Embora esteja longe de ser considerada uma obra-prima, devido à alguns furos e não conclusões na estória, é uma leitura agradável para passar o tempo, e se você é fã ou apenas gostaria de ver algo de relativa qualidade sobre o universo de Black Rock Shooter, Innocent Soul pode vir a ser uma boa pedida.
Vou fazer mais alguns comentários, estes com SPOILER, então leia por sua conta e risco. Quero dizer que achei similaridade do mangá com outras obras, como Angel Beats, no que diz respeito a progressão das ações da Black Rock Shooter. Vou expor o que achei similar, primeiro, a existência de um mundo alternativo onde vão as almas com pendências, o método inicial das Black Rock Shooter agirem, atacando violentamente até derrotar as ditas almas e a progressão de entendimento, quando Black Rock passa a realizar uma terapia psicológica nas almas, auxiliando elas a conseguirem definitivamente o que buscavam em vida para que podessem ascender, até por fim, ao evitar a destruição de Hazama pelas mãos da Black Shooter 01, ou melhor, a alma do vagalume que não podia brilhar. Rock torna a razão de sua existência em Hazama, providenciar auxílio às almas estagnadas.
Outro diferencial neste mangá é a presença de uma companhia para Black, Ron, uma cobra estilizada com a habilidade de se transformar em armas, a espada e o canhão, além de ser bem desbocada. Ressalta-se que todas Black Rock possuem um destes animais ou seres diversos, como o par de caveiras da velha conhecida Dead Master. Neste contexto nossa Black Rock vai vagando por Hazama libertando alma atrás de alma, só que alguns acontecimentos atrapalham os afazeres diários dela, como quando ela começa a querer entender seus sentimentos e o aparecimento da Dead Master e o seu estranho apetite por comer almas.
O maior diferencial desta obra é a presença de um enredo que apresenta uma sequencia lógica aceitável, não aquele emaranhado de informações desconexas da série animada, embora a apresentação de informações fora de ordem seja um recurso que utilizado de forma adequada pode se engrandecedor para determinadas produções, não o foi neste caso. Outro ponto positivo foi a ausência de interação no mundo dito "real", uma vez que os personagens que habitam Hazama estão todos mortos, isto não chega a ser um spoiler, haja vista ser passado de cara ao leitor.
O desenvolvimento da estória é linear, no máximo alguns flashbacks ao longo da trama; os personagens são interessantes, destaque para Dead Master que se mostrou a personagem mais bem desenvolvida e interessante. Acho que faltou um pouco de melhor desenvolvimento entre a Black Rock e Ron. Destaca-se também o background das almas estagnadas, o qual foi bem desenvolvido em sua maior parte pelo menos, os motivos os quais fizeram a alma estagnar-se soaram verossímeis e nos faz questionar sobre diversos aspectos do homem, além de outras formas de vida (isto é bem relevante para a trama).
Quanto aos aspectos gráficos, eu particularmente sempre gostei da arte estilizada das produção acerca de Black Rock Shooter, as lutas até que foram razoavelmente desenvolvidas, embora alguns quadros tenham ficado confusos.
Me surpreendi com o desfecho, embora no conjunto não seja nada muito criativo, eu não podia prever que tal coisa aconteceria, não foi como aquela revelação chocante, foi mais como algo simbólico e agradável e que nos faz refletir um pouco.
Innocent Soul é sem sombra de dúvidas melhor desenvolvido que seu similar animado, e certamente, caso a animação seguisse este mangá poderia não ter dado origem a um fracasso. Embora esteja longe de ser considerada uma obra-prima, devido à alguns furos e não conclusões na estória, é uma leitura agradável para passar o tempo, e se você é fã ou apenas gostaria de ver algo de relativa qualidade sobre o universo de Black Rock Shooter, Innocent Soul pode vir a ser uma boa pedida.
Vou fazer mais alguns comentários, estes com SPOILER, então leia por sua conta e risco. Quero dizer que achei similaridade do mangá com outras obras, como Angel Beats, no que diz respeito a progressão das ações da Black Rock Shooter. Vou expor o que achei similar, primeiro, a existência de um mundo alternativo onde vão as almas com pendências, o método inicial das Black Rock Shooter agirem, atacando violentamente até derrotar as ditas almas e a progressão de entendimento, quando Black Rock passa a realizar uma terapia psicológica nas almas, auxiliando elas a conseguirem definitivamente o que buscavam em vida para que podessem ascender, até por fim, ao evitar a destruição de Hazama pelas mãos da Black Shooter 01, ou melhor, a alma do vagalume que não podia brilhar. Rock torna a razão de sua existência em Hazama, providenciar auxílio às almas estagnadas.