Café com Anime - Mahoutsukai no Yome Episódio 3



Finalmente estamos dando início a mais um Café com Anime! Desta vez sobre o terceiro e melhor (pelo menos até agora) episódio de Mahoutsukai no Yome.

Eu já apresentei o projeto Café com Anime anteriormente, mas para os desavisados, eu, Gato de Ulthar, juntamente com outros amigos blogueiros, estamos realizando análises semanais de animes da temporada, a medida que os episódios forem saindo, tudo em forma de conversa entre os participantes. Se você tem interesse em entender melhor o projeto, recomendo que leia a postagem introdutória da inciativa: 

Café com Anime - Uma nova iniciativa do Dissidência Pop para esta temporada de Outono de 2017

O Dissidência Pop ficou responsável por publicar nossas conversas sobre o anime Mahoutsukai no Yome, enquanto o É Só Um Desenho ficou responsável por Kino no Tabi: The Beautiful World. Já o Finisgeekis publicará nossa conversa sobre Girl’s Last Tour. E no Anime21, temos as discussões sobre Children of The Whale e Animegataris.


Também é possível acompanhar o Café com Anime e as conversas publicadas por aqui: Análises Semanais - Café com Anime, onde há um menu para acessar todos os episódios analisados, a medida quem forem lançados.

Em relação ao primeiro Café com Anime, este possui um diferencial. Estou ao aplicando um novo layout ao post, para ficar mais parecido com uma conversa, não deixem de dar suas opiniões, o feedback dos leitores é muito importante.

Então, fiquem com a nosso conversa do 3º episódio de Mahoutsukai no Yome:

Gato de Ulthar

Acho que quem esperava um terceiro episódio com ação e enfrentamento de um vilão se deu mal né? Como foi dito antes, Mahoutsukai no Yome adora romper com as expectativas. E qual o resultado disto? Muito bom na minha opinião, troca-se um episódio de ação por um belíssimo episódio de construção do passado e sentimentos da personagem e discussões filosóficas sobre o clico da vida e da morte. Sem contar com os adoráveis bebês dragões, que deram um charme especial ao episódio.

Vinicius Marino-

Gostei muito dessa parte quando li o mangá, e foi emocionante vê-la animada. O "diálogo" mental entre Chise e o dragão foi essencial para a mensagem que o anime vem passando: a magia é parte da natureza, e para exercê-la precisamos mergulhar nas questões fundamentais da vida.

Fábio "Mexicano"-

Gostei desse episódio, acho que foi o primeiro que me emocionou de verdade, no bom sentido. E fiquei bastante curioso com a prognóstico do Lindel de que a Chise não viverá 3 anos se continuar assim...

Diego

Também gostei bastante do episódio, com destaque para o quão inteligentes e dóceis os dragões se mostraram. Claro, isso não é exatamente novo, nem de longe, mas ainda foi algo que gostei de ver. E também gostei do personagem do Lindel, por algum motivo rsrs

Fábio "Mexicano"

E note: é dito explicitamente que já existiram dragões malignos, mas foram todos mortos.

Gato de Ulthar-

Fábio, eu acabei entendendo diferente, penso que se refira a dragões agressivos, que não são necessariamente malignos, pelo menos não do ponto de vista dos humanos que foram devorados...
Adorei a transformação do dragão idoso em árvore, isto demonstra uma comunhão com a natureza fortíssima. Passa uma mensagem de que tudo é transformado, nada se destrói, a matéria simplesmente vira outra coisa. A morte é vida e a vida é morte.
Também aprovei o paralelo entre os dragões e o magos, visto ambos serem seres em extinção. Com o aumento da população e o materialismo, é normal que seres fantásticos fiquem encurralados.

Fábio "Mexicano"-

Ah, pode ser "agressivo" também, maligno foi só uma palavra que me veio para descrever isso agora.
Se for falar em mensagem, para a Chise a mais importante é uma conclusão a partir desse tema morte vs. vida: a morte não é algo ruim, mas deve vir na hora certa, depois de uma vida plena, realizada

Gato de Ulthar-

Exatamente, como o próprio dragão ensinou: "Não se deve invejar os mortos", para tudo há seu tempo. Chise vai aprendendo algo novo a cada episódio.
E era justamente esse dragão que aparecia na abertura. Confesso que não me parecia um dragão, mas sim um elemental ou alguma outra forma de besta.

Fábio "Mexicano"-

Não fosse o dragão peludo, para mim os "dragões" seriam todos descendentes de dinossauros :smile:

Diego-

Acho que eles tecnicamente ainda podem ser :smile:

Vinicius Marino-

É interessante ver que Mahou Tsukai não tem a menor pressa para contar sua história. E a experiência, ao meu ver, só ganha com isso. Temos tempo de admirar cenários incríveis, de ouvir diálogos fantásticos e ainda sair ansiosos pela próxima
Isso sem contar aquele belíssimo número musical

Fábio "Mexicano"-

Eu acho que essa cena teria sido melhor se fosse, tipo, animada :smile: Ficou um tempão parado nesse quadro, basicamente. Mas a sequência completa do sonho foi uma cena muito boa

Gato de Ulthar-

Acho que este foi o melhor episódio de Mahoutsukai no Yome até agora. Rivaliza com Girls Last Tour o título de melhor terceiro episódio dos animes que estamos discutindo. O que mais me pegou positivamente neste episódio foi justamente o ritmo certo em contar sua história, nada é apressado, tudo ocorre no seu devido tempo. A cena dela com o dragão ancião foi uma das coisas mais bonitas e tocantes que eu vi em muito tempo!
A trilha sonora, as cores, a mensagem de comunhão com a natureza. É precipitado dizer, mas acho que Mahoutsukai no Yome pode ser uma das melhores obras de fantasia dos últimos tempos.
E que boa sacada fazer a Islândia a capital dos dragões?
Islândia sempre foi uma terra mística, povoada por dragões, elfos, duendes e outras criaturas da mitologia nórdica.
Não é por acaso que há um dragão no brasão das Islândia.

Diego-

Acho que "uma das melhores obras de fantasia dos últimos tempos" é um pouco precipitado rs. O anime certamente está muito bom, mas não realmente o colocaria em um pedestal. E francamente, isso é algo que só irá mudar a depender de seu final. Se for demasiado em aberto, provavelmente não vai ser um anime que eu ainda vou lembrar no mês seguinte ao seu término.

Gato de Ulthar-

Acho que não me expressei bem, quis dizer "melhor anime de fantasia dos últimos anos". Aberto ou não, acho que Mahoutsukai no Yome será uma obra memorável. Pelo menos é o que espero, nos últimos tempos tudo o que eu vi das temporadas foram animes esquecíveis, com exceção de Made in Abyss. Sei que Made in Abyss é fantasia, mas não vejo como o mesmo tipo de fantasia de Mahoutsukai, pra mim envereda mais para a ficção científica. Só devaneios.

Fábio "Mexicano"-

Agora fiquei curioso com essa discriminação entre fantasias. Quais animes você acha que são exatamente do mesmo gênero que Mahou Tsukai no Yome, @Gato de Ulthar?

Gato de Ulthar-

Vejamos, essa é uma classificação difícil até para mim. Há vários tipos de animes de fantasia, por exemplo, uma avalanche de "ecchis" e "battle shounens" genéricos como Fairy Tail e Black Clover são considerados fantasia. Mas Mahoutsukai no Yome está em outro patamar de narrativa, onde a magia faz parte do cotidiano e o foco envereda para as relações sentimentais e desenvolvimento do personagem. Obras que posso considerar do gênero seriam muitos dos filmes do estúdio Ghibli, como A Viagem de Chihiro, O castelo Animado, Kiki's Delivery Service, O Mundo dos Pequeninos. Haibane Renmei de Yoshitoshi ABe também lembro um pouco este estilo.

Fábio "Mexicano"-

Pensei justamente nos filmes do Ghibli. E em Flying Witch, slice of life do ano passado, recomendo bastante

Gato de Ulthar-

Esse Flying Witch eu quero assistir agora. Lembrei de outras obras que me parecem semelhantes, como Miyori's Forest, A Letter to Momo e Wolf Children.

Fábio "Mexicano"

É uma classificação mais ampla do que eu esperava. Achei que fosse citar apenas animes com magia, não com elementos fantásticos em geral

Diego-

Também entendi "fantasia" como histórias contendo magia ou mundos tradicionalmente vistos como fantásticos (i.e. um setting semelhante a uma Europa medieval). Entretanto, seja a definição ampla ou restrita, ainda não posso dizer que espero que Mahoutsukai no Yome se revele alguma grande obra prima. Ele é bom, definitivamente, mas ainda falta algo para ir além disso, ao menos para mim.

Vinicius Marino-

Lembro-me de uma entrevista com a autora do mangá, em que ela falava das suas referências. Não me lembro exatamente de tudo o que disse, mas pareciam ser obras bem comuns, Harry Potter e derivados. Engraçado, pois algumas das "sacadas" que ela tem ao longo da história são bem pouco usuais.
Acredito que o próprio conceito de Sleigh Beggy é um deles. Supostamente existe na mitologia (de algum lugar), mas sério, acho que nunca ouvi uma menção a ele antes.

Gato de Ulthar-

Curioso, acho que já disse isso na conversa do primeiro episódio, que esse tipo de obra que envolve magia me faz lembrar destes clássicos de magia infanto-juvenil, tais como o próprio Harry Potter. Outras obras da literatura que lembram Mahoutsukai são os livros da Ursula K. Le Guin, em especial o Ciclo Terramar, como também os livros da Diana Wynne Jones (saga Crestomanci e Castelo animado, que inclusive inspirou o filme do estúdio Ghibli.
E para quem queria saber, Sleigh Beggys são criaturas tímidas que vivem em lugares subterrâneos. Odeiam o sabor do sal e não gostam de cinzas ou luz artificial. São facilmente irritadiços. Eles andam nus e possuem pés de galinha, portanto, suas pegadas são facilmente reconhecidas. A autora usou e abusou de sua liberdade criativa!

Fábio "Mexicano"-

Parece-me que as liberdades criativas não foram só na aparência, hehe

Gato de Ulthar-

Só uma coisa que me ocorreu olhando o preview do quarto episódio.
Acho que o Vinicius entenderá o que eu vá dizer, já que ele leu e é fã de 1Q84, de Haruki Murakami, um dos maiores nomes da literatura japonesa contemporânea. Quando eu vi que a Chise estava indo de trem para o "País dos Gatos"
Foi impossível não se lembrar do livro, onde o protagonista também foi de trem para um certo país dos gatos. Coincidência? Pode ser, mas que é curioso é.

Fábio "Mexicano"-

País de gatos me faz lembrar de Reino dos Gatos, aquele filme do Ghibli que é spin-off de outro filme do Ghibli (Whisper of the Heart) - e preciso assistir os dois, aliás. Ou da ilha dos gatos (Aoshima?), no Japão de verdade mesmo.
Se bem que sendo o Japão, eu apostaria na existência de mais de uma "ilha dos gatos", pensando bem...

Diego-

"Pais dos gatos" me lembra da franquia Aria, onde vira e mexe seguir os gatos implica em viajar até alguma espécie de "outro mundo", seja um outro tempo, seja o liminar entre o nosso mundo e um possível pós-vida.

Vinicius Marino-

"Cidades de gatos" por algum acaso me parece ser uma imagem frequente na cultura pop japonesa. Lembro-me, além do livro do Murakami e do filme que o Fábio citou (The Cat Returns), do jogo Ni no Kuni, cuja arte foi feita pelo próprio Studio Ghibli.

Vinicius Marino-

Eis o rei do "país dos gatos", tal como aparece no game
Curioso, pois Mahou Tsukai no Yome me parece bem pouco japonês na sua escolha de referências. Na verdade, ao ler o mangá quem mais me veio à mente foram os gatos de Ulthar do H.P. Lovecraft

Gato de Ulthar-

Eu sou um grande relapso! Sou um gato de Ulthar e esqueço de mencionar a referência que me é mais cara! Ulthar, a cidade dos gatos do "mythos" lovecraftiano. Incrível como tema dos gatos podem ter variadas referências.
Como o Vinicius bem apontou, Mahoutsukai no Yome pega muitas referências do folclore europeu, notadamente de origem celta e nórdica. Outro gato famoso, inglês na sua essência, o que cai muito bem com o anime, é o Gato de Cheshire, o famoso gato falante de Alice nos País das Maravilhas.

Gato de Ulthar

Para finalizar, quero propor um último questionamento. No mundo os apreciadores dos animes há aquela regra dos três primeiros episódios, que serviriam para se ter uma base no que tange se o anime deve ou continuar sendo assistido. Nesse sentido, qual a análise de vocês destes três primeiros episódios? Em um contexto geral claro.

Fábio "Mexicano"-Ontem às 10:02

Em termos de desenvolvimento narrativo e de qualidade técnica, é mais ou menos bem o que eu esperava. Mas eu queria que esse anime tivesse me cativado mais. Queria estar gostando mais dele. Queria estar apaixonado por ele, porque por quase qualquer ângulo que eu analise, eu acho que ele merece. Mas que três episódios, o quê! Mahou Tsukai no Yome me deixou completamente fora durante o primeiro episódio, e isso afetou toda a minha experiência até agora. Acho que, depois de três episódios, entendo que aquilo foi antes de tudo apenas caracterização da Chise. Mas acho que queria que tivesse me chocado menos, ou que tivesse me chocado com alguma outra coisa, para que eu realmente sentisse que o Elias estava de corpo e alma do lado dela desde o começo. Essa minha aversão inicial não está me permitindo apreciar como deveria o relacionamento entre os dois. Gostei mais do terceiro episódio não só porque ele foi efetivamente melhor (acho que todo mundo gostou mais do terceiro, não?), mas porque teve bem pouco Elias, e ele foi bem pouco importante.

Vinicius Marino

Acredito que, ao contrário de outros animes, que aproveitam o terceiro episódio para nos jogar um "twist", Mahou Tsukai no Yome segue num passo contínuo, sincero e tranquilo. Ele parece deixar claro que não será uma série de surpresas muito bruscas, e não tem pressa para entregar suas cartas. Salvo alguns tropeços técnicos, acho uma adaptação à altura do incrível material de origem. E estou ansioso para ver o resto animado.

Diego-

Eu estou gostando de Mahoutsukai. É um anime legitimamente bom, e nesse terceiro episódio foi a primeira vez em um BOM tempo que, quando ele acabou, eu me peguei pensando "mas já?" Eu não faço o teste dos três episódios, e se cheguei ao segundo é pouco provável que eu largue a obra, mas se fizesse diria que Mahoutsukai certamente passou. Mas vou dizer que espero me maravilhar ainda mais com o anime daqui para frente. Ele está bom, mas espero vê-lo se tornar excelente.

Gato de Ulthar-

Acho que no geral todos estamos gostando de Mahoutsukai, só o Fábio faz ressalvas quanto ao choque da "escravidão" no primeiro episódio. Eu particularmente não consigo ver isso como fato desabonador. Mas enfim, este terceiro episódio foi sem dúvidas o melhor até agora. O anime vem numa progressiva crescente de qualidade, e espero que se mantenha assim. As expectativas ficam altas depois de um episódio tão bonito. vamos ver o que o quarto episódio irá reservar. Até a próxima.

Gato de Ulthar-

Só para finalizar, deixo-lhes Chise em companhia dos dragões mais fofos da ficção.

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